Sabe quando alguém diz que você realmente não é livre, então, essa pessoa está certa. Há alguém escrevendo neste momento várias coisas que você vai pensar nos próximos anos, que serão embutidas em nossa cultura, que farão você consumir algo, tomar alguma decisão, frequentar algum lugar.
Esse é um dos textos mais egoístas que vou escrever, mas espero que ele sirva para você pensar um pouco sobre você mesmo. Algo que nunca me ensinaram mas que eu sempre soube foi organizar palavras e frases para me tornar uma pessoa agradável, tinha fama de antipático, mas isso acontecia até eu me sentir à vontade e abrir a boca, aí por muitas vezes me tornava até o centro das atenções, outras vezes era apenas um bom ouvinte, tinha empatia, comunicação muitas vezes é só ouvir, ouvir de uma forma ativa, mas ouvir.
Desde de muito novo sabia falar adequadamente com pessoas mais velhas, entendia, e as vezes já tinha opinião formada sobre diversos assuntos desde política, economia e até da música do Vengaboys. Mas os diálogos mais poderosos aconteciam comigo mesmo, teorias, contos, enfim ideias surreais organizadas em texto na minha cabeça. Diversas vezes no ginásio e no ensino médio acordava de manhã e uma hora antes da aula começar fazia textos incríveis, um deles inclusive uma professora de artes/português nunca me devolveu, era um texto com o tema “amor”, lembro que aquele texto citava a letra de uma música do Renato Russo que foi inspirada na primeira carta aos Coríntios, enfim, era muita referência para um aluno de 14 anos, acho que a professora publicou o texto e assinou como sendo dela.
Mais adiante percebi que muitas das fantasias criadas em minha cabeça poderiam se tornar real, comecei a entender que aqueles textos que eu usava como entretenimento e tirar boas notas em redação fossem organizados de uma forma diferente, falados com entonações, e um certo sentimento poderiam servir para convencer as pessoas a fazerem o que eu gostaria que elas fizessem, comecei aplicar essas palavras “mágicas” com um pouco de interpretação e até bom humor e “voi lá”, tinha os amigos que queria, as meninas, convencia minha mãe de tudo, e me convencia diariamente de ser alguém “fora da caixa” que na época eu chamava de fora do “normal”. Descobri isso com 19 para 20 anos, era incrível, boa comunicação mais minha boa memória e habilidade de conectar assuntos dispersos me faziam parecer muito inteligente.
A partir dai tudo que conquistei e perdi tem só uma causa inicial, o peso das palavras, do Verbo e como eu os usava-os, que mesmo de forma harmoniosa nem sempre foram com intuito de construir. Entenda, o poder do verbo bem dito move montanhas, mas tenha certeza que a montanha que desejas mover é a certa, lembro de pouquíssimas vezes não ter convencido alguém há algo mas nem sempre esse algo estava correto.
– Mas que profissão essa característica poderia me levar? A primeira opção poderia ser de um cara que nasceu no mesmo dia de janeiro que eu, Al Capone, sim, mafiosos tem ótima persuasão. Mas decidi me manter dentro da constituição, então o que eu seria? Roteirista de filme, advogado. Ops, marqueteiro, redator publicitário essas duas últimas estão dando muito certo. Mas agora depois de 10 anos, enfim descobri o que sou de verdade: – Prazer sou um Copywriter. -Mas de profissão? – Não, de DNA mesmo. Na fila em que Deus ia falando: – Você será músico, você jogador de futebol, você cozinheiro, chegou a minha vez ele falou: – Geyson, magro, daltônico, sem coordenação motora, será um ótimo jogador de xadrez. – Deus, Deus. Chegou correndo um santo desses aí gritando. – Tem uma profissão que estão precisando lá na Terra, um cara chamado David Ogivily meio que deixou ela famosa e está mudando tudo por lá por conta disto, desde o mercado financeiro, a cultura, o mercado de consumo. E assim aconteceu: – Geyson você será um Copywriter, tomara que tenha 1% do sucesso de Ogivily.
Já vim assim, convencia minha prima com 6 anos de brincar só com o que eu queria, convenci meus amigos que seria uma ótima ideia fazer um churrasco dentro do colégio e assim aconteceu. Poderia ter vindo com o dom de tocar violão assim com 10 anos já teria uma bandinha colegial. – Mas Copywriter? Tive que esperar 30 anos para descobrir no que sou acima da média, em transformar palavras em sentimentos, histórias e coisas.
Ah então você é tipo um escritor, compositor? Pior que não, é algo diferente, as palavras deles encantam e emocionam as pessoas. Mas o jeito que escrevo causa desconforto, pega na alma, faz as pessoas levantarem-se, agirem. Sim, o que eu escrevo, de forma bem falada, faz as pessoas votarem em fulano ou ciclano, faz elas comprarem coisas, vender as coisas, investir dinheiro, e até fazerem ligações com pessoas que não falavam a mais de 20 anos e pedir desculpas. Mas sabe que essa escrita parece mais matemática? É tudo meio que calculado e acerta precisamente no tipo de pessoa A, a outra no tipo de pessoas B, parece loucura, mas é isso, isso funciona, e há milhares de pessoas fazendo isso, há milhares de anos.
Repetindo, sabe quando alguém diz que você realmente não é livre, então, essa pessoa está certa. Há alguém escrevendo neste momento várias coisas que você vai pensar nos próximos anos, que serão embutidas em nossa cultura, que farão você consumir algo, tomar alguma decisão, frequentar algum lugar. Faço isso, comunico acima da média, consigo enxergar o lado “A” e o lado “B” e organizo as palavras para elas moverem as pessoas de um lado para outro. Esse é o segredo que move o mundo: A palavra falada, escrita e interpretada, a PERSUASÃO. E isso é só o começo da toca do coelho!